domingo, 17 de julho de 2011

A Arquitetura de uma arte

Olá caros leitores arquitetos e leigos!

Cá estou de volta. Demorei mas voltei. O dia-a-dia anda corrido mas a gente faz o que pode né?

E para voltar com o pé direito, segue abaixo um texto de um amigo, Vítor Paiva Rodrigues sobre Arquitetura que me encontou quando li.

Espero que gostem, afinal é sobre a nossa profissão além de ser muito belo e profundo.

Beijos e até a próxima! ;*



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“Arquitetura é música petrificada”.

Johann Wolfgang von Goethe.



A arquitetura de uma arte

Para começar, devo alertar que sou leigo no assunto. Mas o que minha mente desconhece a fundo, meus olhos contemplam como arte e encantamento. De fato, me apaixono pela arquitetura a ponto de querer ser também um arquiteto. Para tanto, devo abrir minha cabeça a um universo todo amplo e novo e enxergar o que pode ser de uma forma que nós (leigos) nunca haveríamos de ter pensando e, no entanto, sem ser obvio, soar com funcionalidade a criação construtiva, a perfeição e a beleza.

Esse texto não tem nenhum intuito de provocar qualquer anseio de inovar na arte da arquitetura moderna, conceituando novos ares, muito menos apenas ser saudosista de que a de outrora é mais bela e deve ser preservada. Vem apenas pra dizer o quanto me agrada, me comove e me encanta.

O arquiteto é como um poeta que utiliza dos traços ligando uns aos outros, como a rima que metrifica e sonoriza um poema. O poeta se utiliza de licença poética quando quer dizer ao seu estilo algo que poderia dizer de mil maneiras, mas a maneira do poeta é o que o faz poeta. A licença poética do arquiteto está presente em toda sua criação. Assim, não existe obvio na mente dele e suas criações tendem a superar os limites do inimaginável, sem ser, contudo, abstrato demais destoando do ambiente o que melhor ele pode dizer. A poesia do arquiteto é, portanto, não escrita nem falada, mas construída.

A luz, o ambiente, o vento, o clima, enfim, tudo influencia na criação da “poesia arquiteta” a ponto do poeta dos traços, definir em cada rabisco de esboço, as linhas gerais de seu poema mais lírico, mais encantador e assim, quando pronto, a poesia dirá por si própria, ganhando vida aos olhos de quem a contemplar: a rima mais cara no ângulo distinto, na forma mais característica e lido como um todo, cada ponto encontra sua rima perfeita, sua métrica e sua sonoridade.

A arte de inovar vem das mentes criativas desses arquitetos que são ousados por natureza, pois aprendem a romper com imaginação de apenas paredes, teto, chão, portas e janelas. Se eu fosse construir alguma coisa, seria a mais banal possível, não porque não tenho criatividade, mas porque não tenho a “criatividade arquiteta”. Aquela que faz um prédio não ser um simples prédio e transforma uma casa num espaço de conforto para que o dono sinta o lar doce lar almejado.

Queria ser arquiteto, de fato. Encanta-me e fascinam-me as criatividades que se pode ter. Mas como eu mesmo disse, o arquiteto é o poeta que constrói. Não se faz um poeta, se nasce poeta. Não se faz um arquiteto, se nasce arquiteto. A alma é diferente. Os olhos são diferentes. Eles apenas esperam o momento certo de enxergar com olhos de arquiteto, esse olhar que olhos comuns não vêem, apenas sentem.

Assim, resignado, meus olhos comuns apenas contemplam, como se pudessem aplaudir de pé a arte de criar, de ser, de viver a arquitetura.



Vítor Paiva Rodrigues.

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